|
A Maia é uma das câmaras municipais que está a preparar a candidatura ao Prémio Sinais Vitais – Boas Práticas em Sinalização e Segurança Rodoviária. Na corrida estão ainda os municípios de Mafra, Seixal, Santarém e Leiria. O prémio foi instituído pela AFESP – Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária. Tem como objectivo sensibilizar os municípios para esta temática, e premiar os que mais têm contribuído para a melhoria das redes rodoviárias em prol da segurança dos cidadãos. Desta forma, vão ser atribuídos os prémios de melhor município e melhor projecto.
O prémio Melhor Município visa distinguir a autarquia que, no decurso de 2009, demonstrou manter os melhores níveis de sinalização e segurança rodoviárias, cumprindo as normas, especificações técnicas e boas práticas aplicáveis.
O Melhor Projecto destina-se a premiar a câmara municipal e organismo municipal que apresente um projecto na área de sinalização e segurança rodoviárias que se distinga pela dimensão, impacto ou aspectos inovadores do projecto, contribuindo para o aumento da segurança de condutores ou peões, redução da sinistralidade e suas consequências.
De referir ainda que o Prémio Sinais Vitais surgiu no seguimento da realização do primeiro Estudo Português sobre Sinalização Horizontal na Rede Rodoviária Nacional realizado pela AFESP durante o ano de 2009. O estudo revelou que mais de 20 por cento dos acidentes rodoviários são causados por má sinalização horizontal e vertical. A falta de fiscalização, a ausência de sinalização em locais perigosos, indicações contraditórias, marcas e placas invisíveis à noite, são alguns dos problemas apontados pelo estudo.
No Distrito do Porto, o estudo abrangeu as estradas nacionais 15, 209 e 211. Um dos principais problemas detectados prende-se com o facto de “os índices de retro-reflexão das marcas rodoviárias se encontrarem com valores abaixo ou próximos dos mínimos recomendados (100 mcd)”, adianta Ana Raposo, secretária-geral da AFESP.
O índice mcd mede a capacidade de reflexão das marcas rodoviárias, sobretudo durante a noite.
Perante os problemas detectados, foram deixadas algumas recomendações. Nomeadamente, a utilização de materiais que permitam obter valores mais ambiciosos para a retro-reflexão, a saber, “300mcd (inicial); 200mcd(seis meses); e 150mcd (dois anos)”; e a programação de acções de auscultação regular e sistemática das marcas rodoviárias – “só desta forma podem ser correctamente planeadas as acções de conservação preventiva”, diz Ana Raposo. Aquela responsável adianta ainda que, no âmbito de um protocolo entre a AFESP e o InIR – Instituto das Infra-Estruturas Rodoviárias, está a ser feita a medição dos índices de retro-reflexão das marcas rodoviárias ao longo das estradas da rede rodoviária nacional.
Os municípios que ainda não se candidataram ao prémio Sinais Vitais podem fazê-lo até ao final do mês de Maio. Os vencedores deverão ser conhecidos até ao final do último trimestre deste ano.
O Prémio AFESP Sinais Vitais conta com o apoio da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, do Centro Rodoviário Português e do Instituto de Medicina Legal. As candidaturas ao prémio decorrem até ao final do mês de Maio.
Intervenção melhorou a segurança rodoviária
A candidatura da Maia resulta de um trabalho efectuado entre 2006 e 2008, que consistiu num levantamento sobre a sinistralidade rodoviária no concelho, que permitiu identificar “pontos de conflitualidade diária e a carecer de tratamento”, referiu o responsável pela Divisão de Trânsito da Câmara Municipal da Maia, Augusto Monteiro.
São dois desses pontos, a Via Periférica e Rua Joaquim Ferreira da Costa, já com intervenção no terreno e a serem monitorizados, que vão ser alvo da candidatura ao Prémio Sinais Vitais. Na Via Periférica, no troço entre a Rotunda que confluí com a Rua D. Júlio Tavares Rebimbas e o viaduto sobre a Via Norte, eram vários os acidentes que ali ocorriam devido à existência de uma curva apertada. “Através de uma canalização adequada, que foi efectuada com a instalação de pilaretes, as pessoas são conduzidas a fazer um raio mais ajustado e mais seguro”, explica Augusto Monteiro. Uma intervenção que ocorreu há já alguns meses, e que de acordo com o responsável da divisão de trânsito, contribuiu para a melhoria da segurança rodoviária. “Até ao momento não foi detectado nenhum acidente, o que significa que está a surtir o efeito pretendido”, diz.
Na Rua Joaquim Ferreira da Costa, a confluência de vários arruamentos, “em que o espaço do modelo de cruzamento era muito grande”, provocava alguma confusão aos automobilistas que não sabiam como se orientar para aceder aos vários arruamento. “De uma forma provisória, e através de pilaretes, canalizamos as pessoas para o ponto mais adequado do cruzamento, de forma a tomar a decisão em segurança e não andarem meios perdidos naquela cruzamento enorme que lá existia”, conclui Augusto Monteiro.
São estes dois projectos de intervenção rodoviária que a Câmara Municipal da Maia vai candidatar ao Prémio Sinais Vitais da AFESP.
|
|