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A AFESP – Associação Portuguesa de Fabricantes e Empreiteiros de Sinalização – realizou um estudo em que o objectivo passava por analisar a Sinalização Horizontal, ou seja, as marcas que encontramos pintadas nas nossas estradas, tendo em conta a finalidade deste tipo de sinalização.
E os resultados não podiam ser mais alarmantes, pois, de acordo com esta associação, cerca de metade da sinalização horizontal dos 2400 km de estradas nacionais e municipais analisadas, não se encontra conforme as directivas europeias, ou seja, encontramo-nos em claro incumprimento da Lei, e numa situação de insuficiência e de incoerência com todas as campanhas de segurança rodoviária, que os nossos governantes tentam passar.
A AFESP defende que a Sinalização Horizontal é um dos meios mais eficazes no combate aos acidentes, pois é fácil de aplicar, as tintas demoram 15 segundos a secar, é barato pois o seu custo/benefício é superior às soluções actuais, e o seu efeito no condutores é imediato, pois uma via rodoviária bem sinalizada, ajuda muito na tarefa de guiar os condutores em condições difíceis como, por exemplo, à noite ou com chuva.
Os valores de retroreflexão encontram-se em níveis perigosamente baixos, apresentando em 15% dos casos, valores muito próximos dos mínimos permitidos, sendo que durante o próximo ano deverão passar a valores negativos, piorando a situação actual. De acordo com a AFESP, a Sinalização Horizontal deve ser substituída de sete em sete anos, algo que claramente não está a acontecer actualmente, pois com as diversas renovações processadas nas tutelas das estradas portuguesas, a responsabilidade vai sendo atirada de uns para os outros, sendo que quem sofre é o condutor, que paga os seus impostos para supostamente circular em vias com condições de segurança.
Nesta primeira fase do estudo da AFESP – a segunda fase deverá iniciar-se brevemente, e analisará as vias rodoviárias sob a responsabilidade dos vários concessionários que existem em Portugal – foram analisados 2400 km de vias rodoviárias nacionais e municipais, em 18 distritos. Em cada distrito foram observados três troços de 15 km cada, tendo sido escolhidos pelo volume de tráfego e pela importância para a rede de trânsito. Não foram analisadas estradas recentemente pintadas, nem sem sinalização.
Como não poderia deixar de ser, deixamos aqui a indicação de quais as estradas que ficaram melhor, e pior colocadas no estudo. A Estrada Nacional 4, revelou-se uma boa surpresa e apresenta-se como o exemplo de uma estrada bem sinalizada, enquanto a Segunda Circular em Lisboa, e vários troços da Nacional 109, apresentam-se como os piores exemplos.
Durante esta apresentação colocámos a questão à AFESP, sobre se o estudo tinha tido em conta as situações mais especificas para os motociclistas, ou seja, a utilização de tintas ou materiais anti-derrapantes, na Sinalização Horizontal. Infelizmente a resposta foi negativa, mas ficou a promessa de que futuramente irá ser efectuado um estudo, relativo a esta questão tão importante para os condutores de duas rodas.
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