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A Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária (AFESP) defendeu hoje um urgente investimento em sinalização nas estradas nacionais, numa altura em que os condutores estão a fugir às portagens das autoestradas.
Na véspera do dia europeu de segurança rodoviária, que se assinala na sexta-feira, a secretária-geral da AFESP, Ana Raposo, alerta para o urgente investimento em sinalização nas estradas nacionais, tendo em conta que estas vias são as que estão em pior estado de conservação e se antevê um aumento da sinistralidade com a transferência de circulação automóvel das autoestradas e antigas SCUT.
Um estudo recente da AFESP concluiu que um em cada cinco acidentes se deve à má sinalização, ou seja, cerca de 20 a 30 por cento da sinistralidade rodoviária ocorre por via da má ou ausência de sinalização.
Segundo a secretária-geral da AFESP, não existe qualquer investimento na sinalização, designadamente no que diz respeito às estradas nacionais que neste momento estão a filtrar uma elevada percentagem de circulação, tendo em conta que as pessoas estão a fugir às autoestradas e às SCUT por causa das portagens.
Ana Raposo considerou que os decisores públicos nunca tiveram a sensibilidade necessária para perceber que a sinalização é essencial para a segurança rodoviária, destacando que é uma medida de baixo custo e de fácil implementação e com um retorno imediato para o Estado.
Em momento de crise, em que é absolutamente necessário ponderar a relação de custo/benefício, deve-se adotar medidas no que diz respeito à colocação de marcação rodoviária e substituição da sinalização, disse, explicando que encargos diminutos podem originar fortes vantagens para a diminuição da sinistralidade.
O estudo "o custo económico e social dos acidentes de viação em Portugal", da autoria dos investigadores da Universidade Autónoma de Lisboa Arlindo Donário e Ricardo Santos, concluiu que os desastres rodoviários custaram, em média, entre 1996 e 2010, cerca de 2.500 milhões de euros por ano, o que significa cerca de 1,54 por cento, em média, do Produto Interno Bruto (PIB) português de 2010.
Encomendado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o estudo, divulgado na semana passada, indica também que o custo económico e social anual médio por acidente com vítimas, entre mortos e feridos, ronda os 60 mil euros.
Segundo a ANSR, desde o início do ano morreram nas estradas portuguesas 157 pessoas, 561 ficaram gravemente feridas e 9.907 sofreram ferimentos ligeiros.
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