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Alguns dos projectos de combate à sinistralidade hoje anunciados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária já tinham sido prometidos no ano passado.
A carta por pontos, uma das principais medidas que Governo quer executar no âmbito da sua estratégia nacional de segurança rodoviária para 2008-2015, tinha sido anunciada pelo ministério da Administração Interna (MAI) em Dezembro de 2007. O objectivo, dizia o documento do MAI a que o Expresso teve então acesso, era que esse sistema começasse a funcionar até ao final deste ano.
Essa não é, porém, a data apontada no anúncio hoje feito pelo Governo, mas sim "até 2015".
Há outros exemplos de acções que eram dadas como certas este ano que não foram (ainda) executadas. É o caso das inspecções obrigatórias às motos, uma medida que fazia parte da estratégia nacional de segurança rodoviária que não saiu do papel. A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) apontava o 1.º semestre de 2008 para a sua implementação.
Outra questão polémica é a contagem das mortes reais que resultam de acidentes de viação. A ANSR promete que em 2009 vai fazer esse levantamento até 30 dias depois do acidente (agora apenas contam os óbitos no local, ficando de fora os feridos que venham a morrer posteriormente), mas esta alteração de critério pode pôr em causa o objectivo fundamental da estratégia do Governo: colocar Portugal entre os 10 melhores países da Europa até 2015.
Conforme o Expresso já noticiou, contar os óbitos que ocorrem no hospital nos 30 dias subsequentes aos sinistros pode implicar um aumento de 40% da mortalidade. No 1.º semestre deste ano, por exemplo, houve, pelo menos, 140 mortes que não foram contabilizadas pela ANSR.
Por outro lado, de acordo com a Polícia de Segurança Pública, o número de pessoas feridas em acidentes de viação tem aumentado substancialmente. Em Lisboa, era de 38% em 2005 e passou para 72% em 2007.
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